Território – Lande Onawale

 

TERRITÓRIO

 

onde quer que esse beijo pouse

glande, falange, fundo do ouvido

há de estremecer o corpo

assanhar o sangue

revoar gemidos

 

onde quer essa língua deslize

ânus, virilhas, axilas

há de corromper certezas

deixar as veias tesas

surpresas

 

onde esse dedo roce

provoque, evoque…

algo em mim responderá ao chamado…

 

desejos aquilombados

libertam o território do meu corpo   

 

Lande Onawale

(Em “Pretumel de chama e gozo – antologia da poesia negro-brasileiro erótica” – organizado por Cuti e Akins Kintê  – editora Ciclo contínuo, 2016)


Lande M. Onawale (Brazil, 1965) é poeta e escritor. Autor dos livros de poemas “O Vento” (2003) e “Kalunga – poemas de um mar sem fim/poems of an infinite sea” (2011). Neste último, reúne 21 poemas dos mais representativos da sua obra. Em 2011, publicou o de contos “Sete: diásporas íntimas” (Mazza Edições). Desde 1996 publica em antologias diversas, entre as quais, a Cadernos Negros, de São Paulo. Integra a volume 2 da antologia “Autores Baianos: um panorama” (Secult-Ba, 2014).

Sobre Mergulhos da boto: Nossos mergulhos por águas, terras, espaços siderais, montanhas, páginas, vozes e imagens. leia mais aqui.

 

Crédito da foto: André Frutôso / Coletivo Ogum’s Toques

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