Perguntamos a alguns leitores de Salvador amigxs da boto quais foram os melhores livros que acharam na boto em 2017. Aqui as respostas!
LUCIANY APARECIDA
KÁTIA BORGES
Foram muitos livros incríveis que comprei este ano na Boto. Vou citar três: o Livro das postagens de Carlito Azevedo (7letras, 2016); Meu coração está no bolso de Frank O’Hara (Luna Parque, 2017), e a Antologia de Adília Lopes (7letras, 2002), edição lindíssima e que amo de paixão. Mas, sem sombra de dúvidas, a aquisição mais especial para mim foi Risco no Disco na edição da Luna Parque (2017), porque sou fã de Ledusha desde sempre.
Kátia Borges é poeta. O seus livros mais recentes são São Selvagem (p55, 2014) e O exercício da distração (Penalux, 2016)
SAULO DOURADO
A oração do carrasco de Itamar Vieira Junior (Mondrongo, 2017) foi a boa surpresa da Boto em 2017. Além de conhecer o autor no espaço da Barra em um dos lançamentos, tive meu primeiro contato com sua literatura no balcão da livraria. Levei um dos exemplares por já admirar os comentários de Itamar no Facebook – privilégio dos tempos nossos – e por sua formação e trabalho em Geografia, que me colocava a curiosidade de uma criação vista desde um ponto assim diverso. O primeiro conto, um relato da escrava Alma, já me sentenciou um escritor que sabe unir o universo tátil e nosso de realidade sofrida, brasileira, miúda, com uma ligação de mundo e de transcendência, como bem recomenda Roberto Schwarz no ensaio sobre Machado. As histórias de carrasco e de soldados em campos fantásticos, tão interioranas e tão maiores, me trouxeram a mesma boa impressão. Salve, salve Boto!
Saulo Dourado é escritor e professor. Os seus livros mais recentes são amar é uma conexão discada (FB publicacões, 2017) e O autor do leão (FB Publicacões, 2016).
EVANILTON GONÇALVES
MARIÂNGELA NOGUEIRA
SANDRO ORNELLAS
Nominata Morfina de Fabiano Calixto (Córrego, Pitomba, Corsário Satã, 2014), e o Textos para nada de Samuel Beckett (Cosac Naify, 2015).
Sandro Ornellas é professor e autor de 3 livros de poemas, sendo o último Formas de cair (RJ, Letra Capital, 2011), e um de ensaios, Linhas escritas, corpos sujeitos (SP, LiberArs, 2015).
ANTONIO MARCOS PEREIRA
O método Albertine de Anne Carson, traduzido por Vilma Arêas e Francisco A. Guimarães, publicado pela Edições Jabuticaba (2017). Já havia algo de Anne Carson traduzido no Brasil (um texto na Revista Serrote, por exemplo), mas o formato de livro conferido a esse “ensaio” me pareceu muito adequado para sua circulação. O trabalho de Carson é uma dessas coisas fronteiriças, cuja característica mais marcante talvez seja um desafio a qualquer impulso classificatório. Aqui, temos um negócio que à primeira vista é meio cabeção (veja que já no título tem “método”, socorro): um conjunto de notas a respeito de Proust, concentradas em uma das personagens de “Em busca do tempo perdido”. As notas são isso mesmo, anotações, comentários rápidos que parecem uma sequência de 59 fichamentos que adiante seviriam para um comentário mais robusto (“O nome Albertine ocorre 2.363 vezes no romance de Proust, mais do que o de qualquer outro personagem”; “Albertine nega que seja lésbica quando questionada por Marcel” – vai por aí). Mas o que vem como comentário a essas notas, nos “Apêndices” do livro, subverte nossas expectativas habituais sobre o que pode ser rigor e invenção na crítica. E, quando a crítica acolhe a invenção com abertura, como aqui, ela vira outra coisa – na falta de melhor nome, que seja “literatura”. Palmas para a Edições Jabuticaba (uma editora mínima, uma grande editora), e seus editores que acreditaram, aos tradutores que se deram ao trabalho e o fizeram muito bem, construindo um livro oportuno, bonito e bom, que faz a gente querer ler mais, e melhor, a autora.
Antonio Marcos Pereira é professor e crítico literário. Co-organizou os livros Toda a orfandade do mundo: escritos sobre Roberto Bolaño (Relicário, 2016), e Palavras da crítica contemporânea (paralelo13s, 2017).
KARINA RABINOVITZ
não sei se seria o melhor (tenho tido dificuldades com esta palavra), mas o primeiro livro que salta em minha frente, quando penso na Boto e em 2017, foi o Tipografia oceânica, de Sarah Rebecca Kersley (paralelo13s, 2017). primeiro porque esperava esse livro desde 2013, quando conheci Sarah e já falávamos desses poemas escritos em português, por essa poeta inglesa. segundo, porque justamente essa escrita de Sarah, nesse português da Grã Bretanha, me leva pra caminhos bem diferentes dos que costumo visitar e abre brechas preciosas. terceiro porque essa Tipografia oceânica me mostrou construções e desconstruções muito importantes. e finalmente, porque achei bem especial ver esse livro de Sarah, a poeta que traz livrarias no peito, nascer bem ali, na Boto. o presente dentro do presente.
Karina Rabinovitz é poeta. Seus livros incluem O LIVRO de agua (p55, 2013) e mas é que eu não sabia que se pode tudo, meu Deus! (p55, 2014)
LIA SILVEIRA
LIMA TRINDADE
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